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tempo

​desorientada, desgastada por burocracias que ando a procrastinar à demasiado tempo, como se o tempo não passasse, ou se o tempo resolvesse o que eu no tempo certo não faço…
desorientada, desgastada por situações com as quais não concordo, com a falta de vida pessoal que todos assumem como uma obrigação legal, apenas porque eles próprios não conseguem fugir das obrigações que sonhar alto, com pouco, lhes trouxe para si.
desorientada, desgastada com o tempo que passa e não passa, ou passa e não dá por mim.
desorientada, desgastada com as obrigações que me andam a roubar o sono, com a falta de rumo que não assumo, com a vida que amo a passar por mim…
desgastada, desorientada, com a estrada toda, vazia, limpa e liberta para andar, com o universo a acelerar e os pés presos a uma barra de cimento que eu, delicadamente, coloquei.
desorientada, desgastada, a precisar de tempo que passa, a precisar de isolamento, tempo só, de silêncio, para fugir, igual à avestruz com a cabeça enfiada na areia, método por mim aperfeiçoado, roçado e…  aquele que me trouxe aqui, lugar de onde quero partir.
período de mudanças, todos estamos, o mundo começa a mover-se a uma velocidade estonteante, a diferença é, que apenas agora, começamos a aperceber-nos dessas mesmas movimentações, externas e internas a nós mesmos.
está na hora de acordar, despertar, para o tempo, para que o tempo valioso como é, não passe por nós sem darmos por ele. agora, sem forças me deito, a cabeça cai na almofada e os braços abraçam a minha filha, na esperança que um dia, eu seja a mulher que eu quero ser, eu… agora, vou dormir, que amanhã também é dia, e assim sem dar por isso, devagar, devagarinho, o tempo passa sozinho…
boa noite

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